Eu tenho palavras. Milhões delas. Versos de músicas, misturados ou em ordem, cantados com ou sem ritmo. Tenho voz, afinada ou desafinada, para transmiti-los a quem quer - ou não - ouvir. Tenho um olhar que pretende falar tudo o que pretendo, quando as palavras não são o bastante. Se este falhar, parto para o sorriso, muitas vezes sereno.
Assim, o silêncio nunca me pareceu um problema.
  Mas aí, chega a hora em que meus olhos dão de encontro aos seus. É aí, que as palavras fogem, versos e rimas são esquecidos. É aí, que nenhuma comparação à nenhum tipo de coisa é possível, já que a intensidade daquele grande - e curioso - par de olhos é incomparável. 
Assim, o silêncio começou a virar um problema.
  Vira um problema inexplicável, daqueles que não há saída. Você transforma as palavras em silêncio, com sorrisos bobos e bochechas vermelhas. Risadas sem graça e tímidas. E isso te torna excepcional. Te torna um paradoxo, inexplicavelmente explicável. 
Assim, já não me importo em ter um problema.
Ele virará solução, ao teu lado.
  O grande fascínio que você causa em todos à sua volta, é incrível. Porque você (e necessariamente você) é incrível. E aonde estão as palavras? De quem cria esse fascínio, para quem é fascinado... Cria-se um buraco negro no qual tudo então já conhecido é sugado. E em seu lugar, o que resta é nada. 
Ou você. Ou tudo.

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